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Reflexão aniversário Rosto Solidário

 

Depois do mês do 14º aniversário da Rosto Solidário, o seu coordenador geral, Paulo Costa, partilha connosco a seguinte reflexão:

Setembro foi mês de aniversário(s), tivemos razões para celebrar? (…)

Há 20 anos o desenvolvimento sustentável era apenas um dos 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, o sétimo, e esses eram ainda orientados para os países “pobres”.

Hoje, em Setembro de 2021 no 6º aniversário da agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), os objetivos são para todas as pessoas e lugares e procuram abranger o planeta, mas também as pessoas, a prosperidade económica, a paz e as parcerias.

Mas teremos razões para comemorar?

Diria que me sinto dividido, entre paradoxos e esperanças, entre a constatação da minha recorrente apatia e incapacidade de me indignar, e a minha fé de que nos podemos ir comprometendo e ativando em teias de pessoas, compromisso e mudança.

É bom reconhecer que, apesar de uma pandemia nos entrar pela vida adentro, proliferam visões egoístas, nacionais e muito pouco comprometidas com objetivos globais. Os ODS generalizaram-se no discurso, o desenvolvimento sustentável é a senha para entrarmos no clube dos que falam bem. Mas os objetivos só se cumprem de facto quando a realidade se transforma e não apenas quando falamos sobre ela.

Por outro lado, importa constatar que hoje os ODS são um ponto de contacto entre setores diferentes. Enquanto ONG já não preciso de falar com uma empresa apenas sobre donativos e mecenato; as pessoas já não podem ser apenas doadoras, mas podem ser cidadãs comprometidas com o consumo responsável, críticas sobre a informação que recebem e comprometidas com processos de participação e democracia. Pessoas de diferentes geografias, setores, áreas do saber, entre outros, podem sentar-se à mesma mesa e ter uma agenda em que todas se reconhecem.

Os ODS trouxeram-nos ainda uma forma multicolor de medir o desenvolvimento, que se espera sustentável, e ao nível dos países estamos progressivamente a passar de uma análise que media apenas o desenvolvimento humano, a partir

de três dimensões – o PIB per capita, a esperança média de vida à nascença e a escolaridade média – para um sistema complexo de medição assente nos 17 ODS e em centenas de metas e indicadores.

Neste sexto aniversário o contexto é muito pouco festivo e as conquistas parecem não nos dar uma luz ao fundo do túnel. No entanto, se olharmos para o lado conseguiremos ver que não estamos sós, já foi percorrido parte do caminho, mas perante os enormes desafios precisamos de envolver e ativar mais e mais pessoas para estes objetivos e estas metas. Para que esta agenda seja uma realidade e não apenas uma bela narrativa sobre um futuro e um mundo que nos pareça pouco mais do que uma miragem.

Pergunto-me hoje, em 2021, qual o meu papel? Mais do que sei sobre esta agenda o que posso contribuir para ela como ativista, técnico, consumidor ou cidadão?

Tenho perdido a capacidade de me indignar com a apatia ou, pelo contrário, me comprometo hoje com algo muito concreto?


Setembro é também o mês de fundação da Rosto Solidário (RS). Este ano celebramos já catorze anos em que um conjunto de pessoas formalizaram a criação desta associação que nasceu por decisão dos Missionários Passionistas mas que congregou desde então milhares de pessoas como voluntárias, doadoras, associadas e beneficiárias do apoio social, psicológico, formativo, educativo, recreativo, entre outros.

Olhando para trás é possível ver que a RS nestes 14 anos tem sido, “gota a gota”, um contributo para a concretização de um mundo mais justo e sustentável.

Celebremos com um renovado compromisso para e com o futuro!”

 

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