O Training Course “Hugs for All” teve lugar em Limassol, Chipre, de 11 a 19 de fevereiro de 2018. Reuniu 29 participantes de 13 países distintos: Ucrânia, Itália, Roménia, Áustria, França, Alemanha, Grécia, Polónia, Portugal, Jordânia, Palestina, Tunísia e Chipre.
Durante 7 longos, exaustivos, mas excelentes dias, fomos capazes de discutir dois grandes tópicos na sociedade Europeia: inclusão social e anti discriminação. Estes foram os temas principais do projeto e aos quais prestamos toda a atenção para conseguirmos alterar comportamentos e desenvolver uma melhor cooperação e solidariedade entre a sociedade.
Todos os dias tínhamos workshops e discussões relacionas com pobreza, direitos humanos ou anti discriminação, pondo em prática, em plena capital do Chipre, Nicósia, uma atividade relacionada com a discriminação. “O que farias se estivesses a deparar-te com um caso de discriminação? Irias agir? Como? O que podias alterar naquela situação para que nada daquilo acontecesse?” Foram estas as perguntas a que pretendíamos respostas de cidadãos/ãs que viam, num teatro, ações que acontecem na vida real.
Forum Theatre – mais uma atividade que tinha que ser realizada! Através de uma imagem feita por pessoas estáticas conseguíamos entender tudo o que estava a acontecer (situação de discriminação ou semelhante) e, após discussão, que pessoas movíamos de lugar para a imagem ter todo um outro significado ou uma possível resolução do problema.
A título de curiosidade, o quanto conheces de Chipre e a situação política? Uma parte do norte de Chipre, cerca de um terço, foi ocupada pela Turquia há mais de 50 anos. Em 1983, a República Turca do Norte de Chipre declarou a independência, embora a Turquia seja o único país que o reconhece. Toda a comunidade internacional vê esse território como ilegal. A verdadeira história: vi a fronteira e andei ao lado da fronteira. A fronteira atravessa o meio de Nicósia e divide a capital no coração da cidade. Tivemos a oportunidade de ver a parte ocupada de Nicósia e Chipre. Imaginem uma cidade separada com paredes. É claro que podemos passar a fronteira, mas sob a nossa própria responsabilidade. Conseguimos deixar a União Europeia só com esse passo.
Contudo, também pudemos aproveitar o bom tempo da ‘Ilha do Amor’, visitar as praias, jantar num local típico e provar a comida cipriota, sair à noite e conhecer um pouco melhor todos os participantes do projeto.
A implementação deste projeto resultou numa maior consciencialização sobre a importância da inclusão social nas comunidades, o que levará a um maior esforço para desenvolver e implementar estratégias de inclusão de longo prazo, para que possamos todos e todas envolvermo-nos na sociedade onde as semelhanças são celebradas e as diferenças são respeitadas.
Pedro Belinha